Sou um novelo de palavras
não sei onde me termino
evito os pontos finais
porque o futuro pode sempre começar
numa recusa
entre frases que não cheguei a ligar
um gesto suspenso sobre o pântano
uma rosa que não completou o feitiço
um livro que não saiu do cais
dos segredos impartilháveis
sou um novelo de palavras
e vivo enredado em mim
à espera talvez de um milagre
a derradeira metamorfose
o regresso à fonte de todos os inícios.
Improviso sobre a ruptura...
30 de janeiro de 2005