Moro na cidade de baixo
esquecido do rumo de outras cidades
Nem campos nem desertos
É daqui que vejo tudo o que sobra para os meus olhos
a rigorosa incontinência dos gestos das pessoas comuns
que já não aspiram a altares na embriaguês dos desejos
e os caminhos circulares dos que ainda procuram as pontes
que nunca existiram
Nem florestas nem praias
Na cidade de baixo
já não há vestígios das sete portas
e a esfinge sou eu.
Escrito sobre Christmas Music from Aquitanian Monasteries (12th century)
11 de julho de 2004