Improviso para uma leitora que esbarra na "abstracção da minha poesia...

10 de agosto de 2005

Quando começo a viagem do poema
desconstruo-me sempre
nunca sei que sentidos me esperam
na esquina das palavras
vou por aí
desvendando-me
talvez encontre algures um leitor
que me convide para um copo
no bar além da tal esquina
que nunca antes atravessara
ou talvez regresse sozinho ao espelho
como se nem tivesse chegado a partir
a viagem do poema
é sempre a incógnita
dos olhares que me acompanham
há dias em que saio de casa
e nem os cegos dão por mim.